sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

GOVERNAMENTALIDADE, CORPO E IMAGEM: A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO FUMANTE EM CAMPANHAS ANTITABAGISTAS DAS EMBALAGENS DE CIGARRO

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016 0
Claudemir SOUSA (UFPB / PROLING / CIDADI) email: claudemir201089@hotmail.com 
Regina BARACUHY (UFPB / PROLING / CIDADI) email: mrbaracuhy@hotmail.com



Esta pesquisa, intitulada “Governamentalidade, Corpo e Imagem: a constituição do sujeito fumante em campanhas antitabagistas das embalagens de cigarro”, é desenvolvida em nível de Mestrado, no Programa de Pós-Graduação em Linguística (PROLING), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Nosso objetivo principal já está no próprio título: analisar como ocorre a governamentalidade do sujeito fumante em campanhas antitabagistas presentes nos enunciados que circulam na materialidade sincrética das embalagens de cigarro. Refletiremos sobre duas dimensões que envolvem o corpo desse sujeito: na primeira, ele é analisado como marca do biopoder, que promove a biopolítica da população; já na segunda, analisamos o corpo em um domínio da estética de si, que envolve o cuidado e o governo de si. Nossas discussões ancoram-se na Análise do Discurso (AD), partindo da arquegenealogia de Michel Foucault. Esse aporte teórico nos possibilita analisar o feixe de relações de saber e poder que perpassa os discursos. Na AD as categorias teóricas são também analíticas, por isso, para conduzir nossas análises, mobilizamos as noções-conceitos foucaultianas de enunciado, sujeito, governamentalidade, biopoder, biopolítica e cuidado de si. A metodologia utilizada é a abordagem qualitativa, de cunho descritivo-interpretativo. O nosso corpus é constituído por 18 dos enunciados supracitados, divididos em 3 séries enunciativas, construídas a partir da noção de trajeto temático. Assim, orientando-nos pelas regularidades discursivas, as séries construídas foram: os riscos do tabagismo à saúde do sujeito fumante; os riscos do tabagismo passivo à saúde; e tabagismo e impotência sexual. A partir das análises, concluímos que nas campanhas antitabagistas cruzam-se os discursos médico, jurídico e estético, discursvizando o sujeito fumante e inserindo-o no domínio do biopoder, que lhe constrói uma subjetividade de doente, e do cuidado de si, que propõe modos de subjetivação para o fumante resistir à dependência do tabagismo, mas que deixa uma margem mínima para resistir à normalização promovida pelo dispositivo de poder, visto que há uma positividade nessa forma de poder, fazendo com que toda a população se deixe governar. A gestão da vida da população tem como objetivo final torná-la mais produtiva e menos onerosa ao Estado. Palavras-chave: Análise do Discurso; Governamentalidade; Sujeito fumante.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

CORPO, INTERDIÇÃO E HETEROTOPIA: A NUDEZ DO CORPO DA MULHER NO DISCURSO DA PROPAGANDA TURÍSTICA OFICIAL BRASILEIRA

segunda-feira, 23 de novembro de 2015 0
Karoline MACHADO (UFPB/PROLING/CIDADI) kalfreire@yahoo.com.br 
Regina BARACUHY (UFPB/PROLING/CIDADI) mrbaracuhy@hotmail.com 


O objetivo geral deste trabalho é analisar por que a nudez do corpo da mulher brasileira é interditada no discurso da propaganda turística institucional e o mesmo não ocorre nesse gênero quando se trata do Carnaval. Os objetivos específicos são: analisar a ação da biopolítica sobre o corpo através dos efeitos de sentido produzidos pela relação entre as materialidades linguística e imagética; verificar as relações de poder que se estabelecem no embate entre a reivindicação, a manutenção, a transformação e a cristalização de identidades; investigar sobre os dispositivos disciplinares e de controle, sobretudo a interdição, que agem sobre o corpo apresentado nas propagandas; discutir a intericonicidade na materialidade do discurso em pauta sob a perspectiva da Semiologia Histórica; analisar sobre a governamentalidade na normatização do corpo da mulher; verificar por que no espaço heterotópico carnavalesco o corpo não é interditado. Utilizam-se, para isso, os pressupostos teóricos da Análise do Discurso, sobretudo com as contribuições dos trabalhos de Michel Foucault e de Jean-Jacques Courtine acerca do corpo e da Semiologia Histórica da imagem. Nosso corpus é composto por trinta propagandas turísticas oficiais do Brasil produzidas pelo Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR), em um recorte temporal que vai desde a década de 1970 até o ano de 2015. Para sua análise, utiliza-se do método arqueogenealógico de Michel Foucault. Dentre os resultados da pesquisa, constatou-se que o corpo seminu da mulher brasileira foi interditado na propaganda turística oficial brasileira, como forma de potencializar as campanhas contra o turismo sexual, porém não se observou essa interdição no discurso sobre o Carnaval brasileiro, apontando, assim, duas ordens discursivas para o corpo: numa, o sujeito vive regido por regras, normas e interdições que hierarquizam as relações das pessoas em seu cotidiano; noutra, no período carnavalesco, o sujeito vive em um mundo paradisíaco, livre de amarras, é o momento dos prazeres ilimitados e oníricos. E, então, concluiu-se que, por ser o Carnaval um espaço heterotópico de passagem, a nudez é permitida no tempo e no espaço carnavalesco, ou seja, os sistemas de controle, sobretudo a interdição do corpo da mulher, que perpassam toda a ordem da vida cotidiana, são revogados durante o Carnaval, e essa permissividade abrange, inclusive, o discurso da propaganda turística oficial brasileira.

 Palavras-chave: Análise do Discurso; Corpo; Propaganda turística

CORPO E RELAÇÕES DE PODER: OS SENTIDOS NO DISCURSO DA INCLUSÃO DO SUJEITO COM DEFICIÊNCIA

Maria Eliza Freitas do NASCIMENTO (UERN) elizamfn@hotmail.com 
Regina BARACUHY (UFPB / PROLING / CIDADI) mrbaracuhy@hotmail.com 


    Com destaque para a produção dos efeitos de sentido nos discursos, este trabalho explora as manifestações cotidianas imersas na relação do discurso com a história. Objetivamos analisar os efeitos de sentidos que circulam no discurso sobre a inclusão do sujeito com deficiência, observando a construção do corpo atrelada às relações de poder, usando como trajeto temático a inclusão no mercado de trabalho. Nosso aporte teórico é a Analise do Discurso de vertente francesa, a partir dos diálogos entre Michel Pêcheux e Michel Foucault. Buscaremos, neste percurso, mostrar como as práticas discursivas sobre o corpo com deficiência passaram por transformações que resultam em novas práticas sociais, decorrentes da maneira como o sujeito com deficiência é discursivizado. O nosso objeto de investigação é o discurso da Revista Sentidos, uma produção midiática destinada à inclusão da pessoa com deficiência, Como metodologia, faremos uma pesquisa bibliográfica no campo da Análise do Discurso para marcar o lugar teórico de Pêcheux e Foucault. Em seguida, realizaremos a análise da materialidade, observando como as relações de poder oportunizaram a criação de uma tecnologia política do corpo, por meio dos deslocamentos históricos sofridos pelo corpo com deficiência que sofreu os efeitos do poder de normalização para ser considerado produtivo e inserido no mercado de trabalho. Entretanto, o discurso é sempre ligado a procedimentos de controle e seleção do que pode ser dito. Com isso, é possível perceber um efeito de memória que desloca o corpo com deficiência do lugar de segregação e anormalidade, para colocá-lo no espaço de visibilidade de corpo feliz e produtivo, inserido numa nova ordem do discurso. Também é possível perceber as movências de sentido para a deficiência e o trabalho na materialidade discursiva da Revista Sentidos que, por ser um suporte midiático, favorece a produção e circulação de enunciados perpassados por uma ordem do que se pode dizer em uma formação discursiva que dita regras de comportamento, as quais subjetivam os sujeitos com deficiência, construindo vontades de verdade, articulando memória e esquecimento, controlando o seu fazer, o seu pensar e o seu sentir no universo discursivo, no qual o trabalho é considerado um mecanismo de inclusão e transformação social do corpo com deficiência. 

Palavras-Chave: Análise do Discurso; Revista Sentidos; Corpo com deficiência.

GOVERNAMENTALIDADE, BIOPOLÍTICA E BIOPODER: A PRODUÇÃO IDENTITÁRIA PARA O “CORPO VELHO” NOS DISCURSOS DA MÍDIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA

Emmanuele MONTEIRO (CIDADI) emmanuelemonteiro_jp@yahoo.com.br 
Regina BARACUHY (UFPB /PROLING/CIDADI) mrbaracuhy@hotmail.com 


Neste trabalho investigamos a produção discursiva da Mídia sobre o “corpo velho”. Desenvolvemos nossa pesquisa de Doutorado, tendo como norte o fato de a população brasileira de idosos ter quintuplicado nos últimos trinta anos, em termos quantitativos e qualitativos, o que despertou o interesse de instituições midiáticas pelos sujeitos idosos em razão do consumo aumentado de mercadorias e serviços. Objetivamos analisar o “corpo velho” na mídia brasileira, a fim de explicar como ocorre a relação saber-poder na produção de identidades de inclusão/exclusão que resulta na espetacularização da posição sujeito “superidoso”/ “gerontolescente”, tendo como fio condutor as noções de biopolítica, biopoder e governamentalidade. Fundamentamos nossa pesquisa nos pressupostos teóricos da Análise do Discurso a partir dos diálogos de Michel Pêcheux com Michel Foucault e as contribuições de Jean-Jacques Courtine para o estudo de uma Semiologia Histórica da imagem. A categoria identidade será discutida a partir de Stuart Hall, Tomaz Tadeu da Silva, e Zygmunt Bauman. Nosso corpus é composto por enunciados sobre a velhice, formatados em diversos gêneros – reportagem, propaganda e capas de revista, materializados nas revistas Época, Isto é e Veja. Entre os resultados da pesquisa, constatamos que o corpo, do mesmo modo que a língua e a linguagem, é gerido socialmente, funcionando como matriz produtora de sentidos, dando suporte aos significados. A Mídia produz e reverbera discursos sobre o “corpo velho”, delimitando os espaços e as posições possíveis para o sujeito idoso. As técnicas e tecnologias do biopoder e da biopolítica para o “corpo velho” nos permitem entender que cada movimento do corpo é culturalmente definido, sendo parte constitutiva dos saberes sancionados pelas relações de poder presentes em nossa sociedade. As maneiras como o sujeito idoso utiliza o seu próprio corpo e se dispõe em relação aos corpos dos outros é regulamentada e condicionada pelas condições social e histórica de produção dos saberes. O corpo é construído discursivamente nas revistas supracitadas a partir do controle de fatores como a atividade física, a estética e a ciência; biopoderes do cotidiano que apontam para os sujeitos idosos, as mudanças em seus estilos de vida, levando-os a se inserirem em uma “arte de cuidar de si”. Palavras-chave: Análise do Discurso. Corpo Velho. Mídia.

PRODUÇÃO DE IDENTIDADE E MODOS DE OBJETIVAÇÃO/SUBJETIVAÇÃO DO SUJEITO TATUADO NA REVISTA INKED

Edileide GODOI (UFPB / PROLING / CIDADI) edileidesgodoi@hotmail.com 
Regina BARACUHY (UFPB / PROLING / CIDADI) mrbaracuhy@hotmail.com 


Tendo como pressuposto que os sujeitos inseridos em uma sociedade de discursos cada vez mais efêmeros, estão submissos à liquidez da pós-modernidade e encontram na prática da tatuagem, um lugar de retorno a si mesmo, o objetivo geral deste trabalho é analisar como o sujeito tatuado se constitui e é produzido na revista Inked no período de 2010 a 2012. Essa problemática se ancora nas seguintes questões: por que os sujeitos inseridos em uma sociedade de discursos que se dissolvem mais rápidos que o tempo que leva para moldá-los, marcam seus corpos tatuagens que o acompanharão por toda a vida? Será que, tais sujeitos, a todo momento, disciplinarizados, normativizados por mecanismos de controle social, conseguem se subjetivar pela prática da tatuagem? Para responder aos tais questionamentos, analisamos um corpus composto por enunciados com materialidade sincrética (verbo-visual) em nove capas da Inked e em algumas seções da revista, articulando-os a outras materialidades que se inscrevem interdiscursivamente no interior do arquivo, a fim de discutir como são produzidos os jogos de verdade que, sutilmente, ensinam e propõem ao sujeito modos de se comportar. As análises subsidiam-se no referencial teórico da Análise do Discurso e suas ressonâncias no Brasil, a partir das contribuições dos estudos foucaultianos em torno da constituição do sujeito, afetados pelas relações de saber-poder. Além disso, pautamo-nos nas contribuições dos campos da Semiologia Histórica, com Jean-Jacques Courtine, assim como nas do campo da Sociologia, sobretudo com as ideias de Zygmunt Bauman e, ainda, recorremos ao campo dos Estudos Culturais para discutir a questão da identidade numa perspectiva sócio-cultural e discursiva e a prática da tatuagem na mídia. Os resultados evidenciam que os modos de objetivação /subjetivação do tatuado na revista em pauta são produzidos por várias tecnologias do eu, atravessados por discursos oficiais e ratificadas pelas práticas discursivas de biotecnologias direcionadas ao corpo. Esta discursividade, sem conotação repressora, abre, cada vez mais, espaço para práticas de liberdade e governo de si em processos de subjetivação do tatuado na contemporaneidade.

Palavras–Chave: Análise do Discurso; Prática da tatuagem; Modos de objetivação/subjetivação

domingo, 6 de novembro de 2011

Sujeitos Queer em cartaz: uma análise discursiva do corpo em (trans)formação

domingo, 6 de novembro de 2011 0
Em todas as sociedades, se o corpo é tomado de linguagem, é por ser capaz de produzir sentidos. Investindo na Análise do Discurso francesa como uma teoria semântica – especificamente, pelas considerações de Pêcheux (2008), para quem o discurso é a relação entre a Língua e a História –, diremos que o corpo é construído linguisticamente por práticas discursivas executadas por indivíduos na criação de uma identidade e no processo de subjetivação. Nosso objetivo é analisar enunciados imagéticos que mostram o corpo do travesti, e como ele, por práticas discursivas, transforma-o, subjetivando-se, criando uma identidade, reiterando-a (ou repelindo) pelas memórias discursivas tecidas em torno do gênero e do sexo. Como corpus, temos um recorte de enunciados (verbais e não-verbais) que, em sua maioria, trazem cartazes de eventos para o público transgênero em que se vê a exibição do corpo. Assim, questionamos: por que esse corpo e não outro, quando o padrão de gênero é normativamente binário? Para a Teoria Queer (BENTO, 2006), o travesti desestabiliza tal padrão, escorre pelas fissuras e inventa seu modo de vida: a travestilidade. Desse modo, é na escavação de discursos – tecendo memórias em torno da travestilidade –, que somos levados, enquanto leitores, a reconhecer nos enunciados, os indícios que nos apontem o travesti, estabelecendo um paradigma indiciário (GINZBURG, 2009), e observando, pela intericonicidade (COURTINE, 2006), como a repetição icônica do corpo do travesti nos enunciados faz com que esse indivíduo anormal (FOUCAULT, 2008) seja reconhecido e interpretado como tendo este modo de ser e esta identidade.

Ms. Emanoel Raiff Nóbrega


No mundo das aparências: uma análise do discurso publicitário da moda

Disseminada em diversos segmentos da sociedade, a moda incita no sujeito o desejo de ser visto, pois no mundo das aparências o “existir” não se faz somente pelo “ter”, porém “ser” é proporcionado pelo “aparecer”. Neste contexto a moda tece uma intrínseca relação com o sujeito, configurando-se como elemento integrante na construção das identidades. Considerando que este processo é influenciado pelas práticas discursivas (FOUCUALT, 2005), o objetivo principal deste trabalho consiste em analisar o processo de construção da(s) identidade(s) no/pelo discurso da moda. Entendemos moda como um sistema com regras e coerções, porém constituído por brechas, rasgos, e são por estes que se pode entrever como os sujeitos resistem aos caprichos da moda. O corpus da pesquisa é composto por fotografias da campanha publicitária produzida pela grife brasileira Fórum, estampadas na revista Veja, em março de 2006. No entanto, outros corpora, imagens, textos literários, vão se costurando a estas fotografias dando condições para que se estabeleça a análise. Para tanto, as análises serão efetivadas a partir dos postulados teóricos desenvolvidos por Michel Pêcheux, para o qual o discurso se dá mediante a relação da língua com a História, num gesto que envolve estrutura e acontecimento.


Ms. Gesiel Prado



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