Claudemir SOUSA (UFPB / PROLING / CIDADI)
email: claudemir201089@hotmail.com
Regina BARACUHY (UFPB / PROLING / CIDADI)
email: mrbaracuhy@hotmail.com
Esta pesquisa, intitulada “Governamentalidade, Corpo e Imagem: a constituição do sujeito fumante em campanhas antitabagistas das embalagens de cigarro”, é desenvolvida em nível de Mestrado, no Programa de Pós-Graduação em Linguística (PROLING), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Nosso objetivo principal já está no próprio título: analisar como ocorre a governamentalidade do sujeito fumante em campanhas antitabagistas presentes nos enunciados que circulam na materialidade sincrética das embalagens de cigarro. Refletiremos sobre duas dimensões que envolvem o corpo desse sujeito: na primeira, ele é analisado como marca do biopoder, que promove a biopolítica da população; já na segunda, analisamos o corpo em um domínio da estética de si, que envolve o cuidado e o governo de si. Nossas discussões ancoram-se na Análise do Discurso (AD), partindo da arquegenealogia de Michel Foucault. Esse aporte teórico nos possibilita analisar o feixe de relações de saber e poder que perpassa os discursos. Na AD as categorias teóricas são também analíticas, por isso, para conduzir nossas análises, mobilizamos as noções-conceitos foucaultianas de enunciado, sujeito, governamentalidade, biopoder, biopolítica e cuidado de si. A metodologia utilizada é a abordagem qualitativa, de cunho descritivo-interpretativo. O nosso corpus é constituído por 18 dos enunciados supracitados, divididos em 3 séries enunciativas, construídas a partir da noção de trajeto temático. Assim, orientando-nos pelas regularidades discursivas, as séries construídas foram: os riscos do tabagismo à saúde do sujeito fumante; os riscos do tabagismo passivo à saúde; e tabagismo e impotência sexual. A partir das análises, concluímos que nas campanhas antitabagistas cruzam-se os discursos médico, jurídico e estético, discursvizando o sujeito fumante e inserindo-o no domínio do biopoder, que lhe constrói uma subjetividade de doente, e do cuidado de si, que propõe modos de subjetivação para o fumante resistir à dependência do tabagismo, mas que deixa uma margem mínima para resistir à normalização promovida pelo dispositivo de poder, visto que há uma positividade nessa forma de poder, fazendo com que toda a população se deixe governar. A gestão da vida da população tem como objetivo final torná-la mais produtiva e menos onerosa ao Estado. Palavras-chave: Análise do Discurso; Governamentalidade; Sujeito fumante.